sábado, 20 de outubro de 2012

Pés femininos: beleza, sedução e prazer


Por Giuliano Moretti, autor do livro Tesão por Pés – A Realidade de um Gosto Excêntrico

O Fetiche

A sensualidade dos pés femininos nunca foi tão evidenciada como hoje. Não porque eles se tornaram atraentes de uma hora para outra, pelo contrário, sempre o foram. Mas porque, na última década e especialmente no Brasil, as mulheres descobriram que a valorização da beleza dos seus pés é fundamental para completar a magnífica feminilidade que encanta os homens. Principalmente aqueles conhecidos como fetichistas dos pés.
Talvez por ser um deles, nunca fui totalmente adepto a tal denominação, que acaba por macular, de certa forma, esta nobre inclinação sexual pelos pezinhos femininos. Reflete, também, uma ideia de que o desejo passa por algo diferente daquilo que se entende por normal.
Rotular preferências específicas como fetiches pode construir erroneamente uma objetificação da pessoa. Algo que torna a experiência homem-mulher vazia, pobre, em que ambos apenas “se usam” para desperdiçar energia. E esse tem sido o resultado da cultura baseada na frívola sexualização do ser humano.
Antes de adentrar à matéria do desejo pelos pés femininos, portanto, vale salientar que o saudável desejo se fundamenta necessariamente na atração pela pessoa como um todo, incluindo pés, pernas, seios, ventre, pele, cabelos, cheiro, boca, hálito, roupas, movimentos, jeito, olhares, alma e assim por diante. Deve-se cultivar a harmonia holística numa relação, explorando, aí sim, o rico tempero dado pelas inclinações sexuais específicas.
Apesar da sua intrínseca materialidade sexual da natural parcialização dos seus desejos, o homem consciente deve aprimorar cada vez mais o apreço pela mulher da cabeça aos pés, evoluindo necessariamente para a profundidade da sua relação imaterial com ela que o torna completo. E este é um trabalho contínuo, que se volta para a sedimentação de sua maturidade sexual, pela qual pode transcender a si mesmo, ou a sua materialidade, numa elevação da qualidade do prazer em busca da satisfação plena do espírito: a fusão yin-yang.
Rendo-me, apesar disso, à didática segmentação dos fetiches para que seja possível descrever e relevar o gosto acentuado por determinada parte do corpo da mulher. O tempero mencionado anteriormente. No caso, os seus pés.


Sensualidade que desperta sonhos

É incrível como a forma de se entender esse fetiche se transformou nesses últimos anos. Ah se eu pudesse imaginar isso há quase uma década e meia, quando publiquei o livro Tesão por Pés – A Realidade de um Gosto Excêntrico... Na época, e por causa do pouco entendimento sobre o que ainda era considerado um assunto proibido, aventurei-me na empreitada de pesquisar e publicar um livro que trouxesse informações com o objetivo revelar o tema e, de uma vez por todas, exaltar o prazer que os pezinhos femininos despertam em muitos homens. Foi uma tentativa pioneira e, arrisco-me, bem-sucedida, de desmistificar, no universo feminino, que a libido masculina se inflama diante de solas, arcos, passos, movimentos, sapatos, saltos e cenas em que os pés são protagonistas na magnífica composição do todo feminino.
Hoje, seja com a ajuda da publicação do livro, seja pela extrema sexualização firmada pela cultura da estética corporal humana, uma nova edição da obra Tesão por Pés seria totalmente diferente. Não mais tentaria derrubar o tabu que envolvia essa inclinação naquela época, mas exaltaria o fetichismo em todas as suas potencialidades para os amantes, hoje mais abertos a experimentos enriquecidos e, por que não, mais espiritualizados?



Voyeur

O homem é um voyeur por natureza. Antes de sentir, ele precisa ver, imaginar. Antes de tocar, precisa fantasiar. Parece que o desejo masculino precisa assumir, quase sempre, uma forma platônica para, só depois, concretizar-se. E com os apaixonados pelos pés femininos não poderia ser diferente.
O que o amante dos pés enxerga, ao contrário do que se poderia imaginar (só pés? Não!), é o conjunto feminino. É, digamos assim, a obra divina. Ele vê a mulher como um templo. É um tipo de distanciamento preliminar da perspectiva masculina que revela a profunda e praticamente inexplicável harmonia feminina. A postura que enriquece a sensualidade e a feminilidade, o desenho dinâmico dos seus movimentos sinuosos e o balanço quase que hipnótico dos seus quadris precedem, instintiva e instantaneamente, a ávida busca que o homem empreende sobre a qualidade com a qual a mulher valoriza a beleza seus pés.
Depois dessa perspectiva holística sobre o conjunto feminino, aí sim o apaixonado pelos pezinhos desencadeia um processo de construção da curiosidade pela beleza que sustenta o todo feminino.
Fantasias impronunciáveis
O que o fetichista enxerga? O que ele busca? São tantos os sonhos que praticamente seria impossível enumerá-los aqui. Até porque depende de cada homem as especificidades deste desejo especial.
Em sua maioria, os chamados podólatras se sentem atraídos por pés impecáveis, bem cuidados, hidratados, simétricos, não calejados e bastante arqueados (não-chatos). Uma textura leve, úmida e macia de calcanhares e solas. Sobre saltos, então, a sensualidade e o erotismo se intensificam. Imaginam uma série de situações em que aqueles pés se exibem provocantemente, como que um objeto de hipnose sexual. É como que um jogo de poder feminino e submissão masculina, em que a mulher detém a concessão de seus pés para o possível usufruto carnal de seu parceiro.
A libido potencializada pelo ritual de descalçar belos pezinhos, em que se revelam solas, arcos, dedos e cheiros, ou pelo conhecido “dangling”, em que a mulher cruza as pernas e balança seu pezinho suspenso, fazendo o sapato quase cair da ponta dos dedos, entre diversas outras situações de sedução, fertiliza a imaginação do podólatra e, assim, semeia uma miríade de desejos. Desejos estes que passam pelo simples encantamento com a cena que se desenrola, até a concretização da união com a mulher desejada, em que a face do homem também se encontra com os delicados pezinhos, olhando-os, tocando-os, cheirando-os e provando do seu gosto. Neste momento, todos os sentidos são impressionados, levando-o ao êxtase último, ao nirvana.



Mútua satisfação

A sensibilidade sinestésica dos pés também os torna erógenos, isto é, fontes de prazer da própria mulher. Portanto, a responsabilidade pelo seu prazer também repousa sobre a expertise do fetichista, que pode explorar habilmente com mãos e o calor da sua boca toda a potencialidade sensitiva do seu fetiche, elevando a qualidade da relação com sua amada.
Por fim, mulheres que conhecem, permitem e desfrutam dessa paixão pelos seus pés, exibindo-os e utilizando-os como mais uma das virtudes de sedução que lhes foram naturalmente dadivadas, colecionam olhares, conquistas e, quem sabe, sensações impronunciáveis. Afinal, dizem que aquela que conheceu um podólatra jamais se esquece.
Informações sobre o livro de Giuliano Moretti: www.tesaoporpes.com.br
Perfil do autor: facebook.com/giuliano.moretti







2 comentários:

Unknown disse...

Olá. Sou um apaixonado pelos pés femininos desde criança. Aliás, pra quem ainda não acredita, os podólatras nascem assim... e as primeiras manifestações se dão aos 3 ou 4 anos de idade. Tenho memória plena das vezes que tentei tocar os pés de amiguinhas, primas ou tias. Lembro claramente de tentar ficar perto dos pés ou pegar os sapatos delas. Na minha época isso era um problema, pois não havia nada divulgado sobre o assunto. Sou de 1970 e todos os assuntos "diferentes" simplesmente não existiam. Aprendi a lidar com este fetiche delicioso depois de adulto, quando descobri que não era pecado e nem errado admirar uma parte específica do corpo feminino. Melhor: descobri que muitas mulheres simplesmente AMAM ter seus pezinhos beijados, adorados, etc. Com o acesso a informação facilitado pela diversidade da mídia atual, este assunto passou a ser discutido de forma aberta e quase sem preconceitos. A nova geração vai se beneficiar disso, uma vez que falar sobre pés, podolatria e fetiches se tornou algum rotineiro. Portanto, você aí que adora um pé feminino e nunca teve coragem de abrir o jogo com sua namorada (ou sua amiga, prima, etc), pare de perder tempo e fale. Você ai menina, que sempre achou interessante ver cenas de homens ajoelhados , adorando os pés femininos, não tenha vergonha disso. Abra o jogo. Ser podólatra não é ser doente, maluco ou ter desvio comportamental. É um gosto e, acima de tudo, é respeito.

Andréia Minski disse...

Com certeza Elisio Oliveira!
Obrigada pelo comentário!